quinta-feira, 24 de junho de 2010

Oito graus, primavera em Dublin!


Quatro dias de passeio em Paris. Pulos em cima da mala na tentativa de fechá-la novamente e táxi para o aeroporto Charles de Gaulle. Destino: Dublin. Agora a parada é um pouco maior, no mínimo três meses de curso de inglês e, se possível, passeios pela Europa. Descida na capital irlandesa, primavera muito esperada e oito graus de temperatura, o que me fez descer as escadas do avião puxando desesperadamente qualquer casaco da bolsa e ficar completamente confusa sobre o clima mundial. Que era frio eu já sabia, mas oito graus na primavera?
A ida para o centro de Dublin foi o momento de iniciar o plano de fuga para a praia mais próxima, que tivesse altas temperaturas e muita água de coco. Não tem nada de errado com um inverno com temperaturas abaixo de zero, mas se eu quisesse um ano inteiro gelado tinha comprado passagens pra Islândia. Chegada em casa, um sono de quatro horas e preparação para passear em Dublin. Bolsa, mapa, máquina fotográfica e, claro, casaco e manta. Na volta já tinha um compromisso agendado, olhar passagens aéreas para qualquer lugar aonde a temperatura chegasse pelo menos aos 25 graus.
Duas horas da tarde, hora de sair de casa. Pé na calçada e lá vem o sol. Apesar do vento, com certeza a temperatura havia subido. Manta tirada. Caminhada pelas principais ruas da cidade, charmosas e cheias de prédios antigos, algumas delas com calçadões somente para pedestres. O Rio Liffey logo apareceu cheio de raios de sol, cortando a O’Connell Street. Casaco guardado na bolsa.  A rota de fuga para a praia logo foi esquecida na chegada ao parque Stephen’s Green. O sol, a grama e os lagos formavam o cenário perfeito de primavera. Irlandeses e turistas se esticavam em todas as áreas do parque, aproveitando o calor que já chegava aos 20 graus. Procurei o banco mais próximo e sentei, aproveitando o cenário que a cidade me proporcionava: Bem-vinda a Dublin!

domingo, 20 de junho de 2010

Anonymus Gourmet França!

Viajar é conhecer pontos turísticos, saber mais sobre história, conversar com pessoas de outras culturas e também provar da gastronomia local, item este ao qual meu lado “gordinha tensa” adora nas viagens. Em Paris, as belas pâtisseries, brasseries ou creperies enchem os olhos e a barriga dos turistas. As pâtisseries, lojas especializadas em doces e salgados são irresistíveis já na vitrine, com embalagens e doces expostos. E ao entrar nelas, prepare-se para uma invasão de aromas e uma vontade incontrolável de levar todos pra casa.

Vitrine de uma Pâtisserie no centro de Paris!


Nas brasseries, a gastronomia vai se misturando à paisagem parisiense, onde é possível pedir pratos com carnes, massas ou sanduíches e degustá-los nas mesas distribuídas em calçadas ou espaços ao ar livre. Aliás, comer em frente a belos cenários parece ser um costume na França, onde na hora do almoço os parques ficam lotados de franceses devorando um baguete, conhecido sanduíche da gastronomia do país. O que me fez correr a brasserie mais próxima, comprar um baguete por seis euros, sentar no Jardim de Tulieres em frente ao Louvre e me sentir uma legítima francesa.
Por fim, ao lado de qualquer ponto turístico em Paris estão as creperies, pequenos locais junto a brasseries onde se podem encontrar os deliciosos crepes. Diferentes dos do Brasil, aqui são parecidos com panquecas dobradas. Primeiro a massa é espalhada em um disco e após ser virada, recebe o recheio, sendo dobrada em quatro partes. O crepe mais pedido, com certeza fica na lista dos doces, Nutella com geléia de morango. Provar da gastronomia francesa, com certeza, faz qualquer turista falar: VOLTAREMOS!



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Paris Hors-sol, Paris Sous-sol!

É impossível conhecer os pontos turísticos de Paris sem cruzar por uma das várias pontes sobre o Sena. O rio atravessa toda a cidade de oeste a leste, dividindo Paris nos mapas em duas partes, ao norte fica a margem direita (Rive Droite), e ao sul a margem esquerda (Rive Gauche). Expressões que facilitam a localização e referência de locais para turistas, como também para moradores.
Caminhando por Paris percebi que outra expressão também poderia ser muito bem utilizada para descrever a cidade verticalmente: “Hors-sol, Sous-sol”. Em bom português: Acima e abaixo do solo. São estacionamentos, centros comerciais, shoppings, restaurantes e diversas lojas com estruturas gigantescas escondidas abaixo das ruas de Paris.
Uma das estruturas que ganha destaque é o metrô, são mais de 213 quilômetros divididos em 16 linhas que conduzem para vários pontos da cidade. Uma estrutura que impressiona pelo tamanho dos seus corredores e dos túneis onde circulam os trens, localizados muitas vezes abaixo de monumentos, como a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo.
Além de servir como um ótimo meio de locomoção para as pernas cansadas dos turistas de um ponto a outro de Paris, o Metropolitain, como é localmente conhecido, também impressiona pela segurança e organização. Após um metrô lotado no carnaval do Rio de Janeiro e uma máquina fotográfica roubada no “Subte” em Buenos Aires, esse tipo de locomoção não estava na lista dos meus meios de transporte mais amados. Pontos para o Metropolitain e um lugar na lista! Com mudanças fáceis entre as linhas, placas informativas nas estações com tempo de chegada, itinerário luminoso nas portas dos trens e guardas nas estações, atravessar a Paris Sous-sol através das linhas de metrô é um passeio que merece ser acrescentado a qualquer roteiro em Paris.


Luzes indicam a passagem do metrô pela estação, piscando para alertar a próxima parada.
Placa informa o tempo de espera.


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pontos Turísticos e gentileza européia!



Com meu fuso horário completamente abrasileirado ainda (Sim! Fui dormir às três da manhã e acordei às dez horas), acabei perdendo a manhã do segundo dia de passeio em Paris. Mas por outro lado, consegui algumas horas de descanso merecido, após 12 horas de vôo.

Encontro cheio de saudade com a Dine marcado no hotel e entrada no quarto certo (esse sem vista para Torre Eiffel). Programamos o roteiro e saímos pelas ruas de Paris. Nosso primeiro destino foi o Arco do Triunfo, cruzando antes a Champs-Élysées, com direito a parada em um restaurante com mesas na calçada e um prato de Chicken Salad Ceasar.

Após o almoço fomos direto para a Torre Eiffel, pequena de longe e imensa de perto, 137 metros de altitude, ao qual percorremos no elevador que leva ao topo dela e de onde é possível ver a uma distância de até 65 quilômetros. Decidimos esperar suas luzes se acenderem sentadas no jardim em frente à Torre, lotada de franceses em rodas com violão e muita comida e, claro, também de turistas.

Já havia ouvido falar sobre educação do povo europeu, teoria que até já andava refutando após o primeiro dia, tendo em vista a resistência dos franceses em falar inglês. Eles acham que o mundo inteiro tem que saber dizer “Bon Jour”?? Mas apesar da resistência, muitos deles são educados sim! Não reclamam em parar na rua e bater fotos de turistas pangos em frente aos pontos turísticos e em algumas vezes até se oferecem para tirá-las, antes mesmo de serem atacados na rua com um pedido em inglês todo errado.

E a gentileza também foi totalmente comprovada na frente da Torre Eiffel. Um pouco antes de escurecer totalmente, mas com ela já iluminada, resolvemos seguir o passeio e deixá-la para trás. Quando estávamos nos dirigimos ao final do parque fomos paradas por um francês que nos explicou que faltavam cinco minutos para que a Torre brilhasse. Totalmente desconfiadas e com medo de ser enganadas pelo primeiro francês que aparecesse, sentamos e esperamos. Obrigado amigo francês!



terça-feira, 15 de junho de 2010

Pangozices além mar!

14 de junho de 2010. A viagem começou. Primeiro destino: Paris, com escala no Galeão e doze horas de viagem cruzando o oceano. E, pango que se preze tinha que começar seus micos no atlântico ainda. Pangozices suficiente para ficarem algumas dicas:

- Não agradeça o “Bonjour” da aeromoça falando “Gracias”, caso você não tenha nascido em algum país que fale essa língua.

- Quando for receber a janta, não fique olhando pra cara da aeromoça como se fosse uma louca, esperando as palavras divinas: chicken or pasta? Há um cardápio na sua frente, junto com instruções de como abrir a mesa, o que pode ser muito útil para colocar a janta.

- Após a janta são servidos chá ou café. Não tende arrancar a bandeja das mãos da aeromoça quando ela diz insistentemente para pegar apenas a “taza”, uso de idioma justificável após um “gracias” na entrada do avião.

Avião no chão, e as pangozices tiveram mais sorte que juízo. Deixei pra me preocupar em sair do aeroporto, apenas no aeroporto. Por sorte, deu tudo certo, peguei um ônibus e logo estava no Hotel Darcet. Um charmoso e pequeno prédio na esquina com a Boulevard de Bastignolles, rua pela qual descendo dois quilômetros chega-se ao Arco do Triunfo.
Depois da difícil missão de me comunicar na recepção do hotel, descubro que a minha reserva da primeira noite não tinha sido realizada. O quarto estava apenas reservado a partir do dia 16 de junho, para duas pessoas, dia que a Nadine chega a Paris. Como meu inglês ainda não é o suficiente para reclamar, aceitei o quarto pequeno no sótão como uma alternativa. O que não me saiu nada mal.
O quarto é pequeno, mas pequeno por pequena, entro direitinho. A minha surpresa foi ao abrir a única janela do quarto, esperando ver uma parede de concreto enorme e encontrar ela, a Torre Eiffel.

Pequeno quarto e vista da janela, Torre Eifel.


Linda e imponente sobre os prédios, quarto de cenário de filme, uma ótima inspiração para um roteiro. Aliás, paisagens que inspiram não faltam em Paris e esse será meu roteiro inicial, caminhar e ir conhecendo ruas, prédios e histórias.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Primeira decisão: Viajar!

Quando resolvi incluir as palavras viagem – oceano - Europa na minha lista de pedidos de final de ano ao bom velhinho, sempre me passaram diversas coisas pela cabeça: saudades, família, amigos, festas, estudos, oportunidades, trabalho. Tudo pulou pra balança e até eu tomar a definitiva decisão, formou-se um inferno astral na terra.
Não nasci com a tatuagem no braço: vou pro mundo, mamãe! Tive que desenha-la e isso não foi fácil. A mania do apego sempre foi minha parceira de muitas horas e agora minha oponente. Quando tomei a decisão de partir sabia que ia lutar contra ela, mas não sabia que ela estava tão presente em mim. Sempre gostei de viajar, mas há uma pequena diferença entre passar um feriadão em Buenos Aires e dizer adeus temporariamente a tudo.
Mas por teimosia ou destino, resolvi aceitar o desafio de viver em Dublin, na Irlanda, para onde estou com a passagem em mãos programada para o dia 14 de junho. Demorei quase um ano para ceder às influências da melhor jornalista do mundo, que hoje reside em Dublin, a Dine. Mas agora estou quase de mala, ou melhor, de mochilas prontas, pois todo meu mundo vai ter que caber, pelo menos temporariamente nesse espaço. Nele além de roupas, vão lembranças, família, amigos, saudades e com certeza, muitos sonhos. E tudo será contado aqui nesse blog.